terça-feira, 18 de janeiro de 2011

E a comédia nacional prova mais uma vez ser a melhor saída para o Brasil.

 Oi gente =)
 Então, eu estive longe do blog todo esse tempo, por que queria começar o ano, falando de um filme incrível. E "A rede social" foi a minha primeira escolha. Acontece que eu moro em uma cidade pequena, então o filme saiu de cartaz antes de eu poder vê-lo.
 Fiquei pensando em qual poderia ver então, e eis que a resposta surgiu! O CINEMA DA MINHA CIDADE colocou em cartaz De pernas pro ar, na data de estréia certa!
 E é com esse filme que começo.

Marcela(esquerda) e Alice(direita) na Sexdelicia


 Sendo dos mesmos criadores de "Se eu fosse você" e "Divã", o filme "De pernas pro ar" não poderia ser mais envolvente e engraçado.
 Alice(Ingrid Guimarães) é uma mulher que só pensa em trabalho, não sabe nada sobre sua família e não tem suas relações com seu marido, João, há tempos. Por causa de uma encomenda errada, Alice perde o emprego pelo qual se esforçou tanto. Em seguida, descobre que seu marido quer "dar um tempo" na relação. Pronto é aí que seu mundo desmorona.
 Ingrid Guimarães, como sempre, encanta o telespectador. Sua personagem tem várias fases durante o filme, mas não deixa nunca de ser verossímil. Alice pode ser uma mulher vivida, mas não sabe muito da vida, sobre a relação a dois, e Marcela, dona da Sexdelicia, vai ajudar a redescobrir a vida. Ingrid e Maria de Paula formam uma ótima dupla, embora a dupla perfeita para esse filme, na minha opinião, seria Ingrid e Eloísa Perisé.
 A história desenrola de um jeito divertido, pois Alice acaba criando uma amizade com Marcela (algo que ela realmente precisava, pois é visível que ela não tem amigas), e começa a viver em um mundo novo. Quando sua amiga pede para ela descrever o orgasmo, Alice usa a montanha-russa como exemplo, e isso tira boas risadas do público. Pouco depois, Alice realmente tem um orgasmo, ao "brincar" com o Coelho que compra na Sexdelícia. Isso parece uma referência ao filme "Alice no País das maravilhas", afinal, um pouco de humor sacana não faz mal a ninguém.

Alice e o coelho
                                 
 O filme não decepciona em momento algum, pois Alice volta a encontrar sentido na vida, quando começa a trabalhar com Marcela, e pouco depois seu marido volta. Aí o filme trata de um assunto difícil para os homens: Mulheres que sabem mais que eles na cama. Ter a mulher trabalhando numa sexshop, parece ser difícil demais para João suportar.
 E também, é com a Sexshop, que Alice aprende a dar valor em sua mãe. Ela passa quase o filme todo chamando sua mãe de Marion, uma dica de que mãe e filha não são tão próximas (só em um momento, antes da sexshop, Marion é chamada de mãe). Marion acaba indo pedir emprego na Sexdelicia, mas Alice diz que não vai emprega-la, mas com os aprendizados da vida, durante o filme, Alice convida sua mãe para ir na feira de Sexshop como uma de suas funcionárias.
 Outra coisa muito interessante na história é a relação mãe e filho. Alice não sabe nada sobre seu garoto, enquanto o pai, João, sabe até quando vai ser o jogo de futebol. Ou seja, Alice tem o controle da casa, fica claro isso para o público, e ela não é uma mãe presente. As duas coisas mudam, não totalmente, mas Alice aprende a balancear o trabalho com sua vida.
 Alice batalha o filme todo para ganhar o prêmio de empresária do ano, e quando está para receber, ela desiste, pois percebe que, para ganhar aquilo, ela sacrificou muitas coisas. Então ela vai atrás do marido e do filho, que estavam indo viajar de barco, e se declara para João. E AINDA JOGA SEU CELULAR NA ÁGUA para se livrar de todos os seus compromissos. Final clichê? NÃO. Como eu disse ali em cima, Alice é verossímil. Ela comprou um novo celular, e, quando se afasta do marido e do filho, ela manda Marcela fechar negócio com os investidores dos Estados Unidos.
 Realmente Brilhante o filme. Não tem exageros, não precisa apelar para cenas sexuais explícitas, iguais várias comédias americanas, e principalmente, tem tudo para deixar até a pessoa mais deprimida, com um sorriso estampado no rosto.
E, para deixar a cena mais relaxada, realmente vemos Alice em uma montanha-russa, ao lado de um coelho, e é com essa metáfora, que entendemos o que aconteceu.